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terça-feira, 12 de abril de 2011

Exposição




Algumas pessoas cismam em esconder os pequenos traços que mais os definem.
Quando alguém desenha uma foto precisa dos mais “insignificantes” traços para formar algo perfeito. Quando alguém define uma pessoa, usa de cada detalhe bom ou ruim pra individualizá-la. Então me digam, porque mentir sobre si mesmo, ou transformar suas características em algo mais comprável, se você já é único?
Aprimorar, crescer, isso é o caminho da vida e com esse caminho vem também os pequenos traços que ficam marcados no corpo e na alma. Quando olhamos pra alguém com os olhos da verdade, e não com os olhos de consumidor, vemos o que realmente há de especial.


Porque teimar em olhar para os lados procurando algo melhor que si mesmo, ou melhor do que quem o acompanha?
Enquanto você olha para o lado oposto, o seu melhor pode estar partindo, ou se partindo. E aí, vai correr pra buscar depois que a maré levou ou vai tentar colar o que sobrou? O que vai ficar da colagem, não serão também novas marcas? Porque, dessa vez, você vai apreciá-las?

Não foque no que lhe dizem, pois o foco deve estar naquilo que você observa.
Não minta pra si mesmo, já existem muitos pra fazê-lo.
Não extirpe suas marcas mais singelas, pois só o que restarão serão buracos e vazio.

Não há nada mais belo do que ver os pequenos vincos que se formam no final dos olhos de quem dá um grande sorriso. 

terça-feira, 5 de abril de 2011

Espero

Espero ainda decifrar-me
e não mais ter de falar aos ventos.
Espero eu afagar-me
e não mais aguardar por bons tempos.
Não sou um texto linear ou agradável de se ler,
tenho linhas e entre linhas à escrever.
Mas há de haver quem adimire minhas frases futeis, ou meus erros.
Há ainda, quem as use pra bons fins, meus apelos.
Vê-se bem que quando a vida é vaga, alguém estaciona nela.
Toma posse dos atos e das interações.
E se perderes tempo em explicá-la,
Há de outra vez não viver, esperar interpretações.
Há muitas desvantagens em se expor.
Seriam elas vantagens se não o fizesse?
Há desvantagens em se impor.
Talves melhor se aguardasse o que viesse?
Não se impõe uma verdade, se revela.
Não se pede piedade, toma-se dela.
Porque ser um passivo contundente.
Haveria eu de ser um pobre eloquente?
E por que questão, escrever com toda a razão
discernir a emoção, pra tudo sim e não?
Nada em doses extras de palavras tensas,
nada mais em medidas e controles.
A qualidade deve estar na vida,
o equilibrio se mostra nela.
 Fico e aguardo o clarão da falta de idéias,
O sublime fato de estar em qualquer lugar
esperando estar fora de minhas teias,
Sentir apenas a brisa, o ar.