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terça-feira, 3 de maio de 2011

Contentamento


Quando nos apaixonamos, olhamos para o outro com candura, admiração, paciência.
Quando passa algum tempo, nos vemos diante do espelho e nos vemos tão felizes, não pode ser verdade!
Passamos então a olhar com medo e , com ele, vem a exposição de defeitos, a intolerância, o real golpe de pessimismo.
Passam alguns dias tudo desmorona e vemos toda a alegria que desperdiçamos; eis que surge a esperança outra vez associada ao medo de termos jogado fora nossa felicidade. Recuperamos então, brevemente, nossa candura, paciência, admiração, todos os sentimentos puros anteriores, sendo que impregnados de medo do fracasso. Por fim vemos que fracassamos no primeiro momento em que não nos permitimos rir de nós mesmos, sorrir pra nós mesmos.
Somos eternas crianças em busca da esperança que continua guardada num quartinho dos nossos pensamentos. Crescemos pra vida e isso faz com que acreditemos que o correto é não acreditar em mais nada.

Contentamento, palavrinha danada essa!

Pra que, eu pergunto. Pra que, se contentar em ser normalmente severo consigo mesmo, se pode ser apaixonado por tudo em que acredita?


Trate a si mesmo com todo o amor que gostaria de dar a alguém. Tenha tanto zelo e carinho por si mesmo, que não precisará olhar pro lado pra ver que todos aos seu redor irão ser inspirados a se amarem também.


Quando nos amamos com verdade, sem super-proteção ou auto-piedade, emanamos amor ao próximo. Não há nada melhor do que doar de si o que não lhe fará falta.