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quarta-feira, 30 de março de 2011

Não quero nada por obrigação!

Não quero nada por obrigação!
Ser obrigada a sentir ou a não ter sentido algum,
Obrigada a sorrir ou a esconder a falta de dentes,
A esconder medos ou a não entendê-los,
A seguir mesmo querendo não fazê-lo,

Não quero a ignorância!
Fingir não ver é melhor que ser de fato cego?

“Ignoro meus sentidos, assim, não me sinto culpado por ignorar os seus.
Fecho meus olhos por temer ter vontade de arrancá-los, não quero ver o que fiz ou o que foi feito de mim. Posso simplesmente culpar, sem responsabilidades ou riscos.”
Não, não, não quero covardia!

Se sei quem realmente posso ser, luto pra ser.
Se não sei, luto pra descobrir.
Se nem sequer sei o que tudo isso significa, então peço, oro, e por que não, imploro, pra que alguém saiba por mim.

Não quero uma vida sem verbo ou sem adjetivo, sem gênero ou generosidade.
Só o que peço é uma vida, simples, mas real e que seja escrita por mim, ainda que aperfeiçoada por todos.

O que me diz?

segunda-feira, 28 de março de 2011

Obrigada.

 
Fiquei sem ar, sem chão, sem vida.
Vi morrerem diante de mim, os mais ternos sonhos em que já fui capaz de acreditar.
Não que me sinta flagelada, ou deturpada, mas senti-me como uma pequenina que vê a morte diante de si, 
e que não pode sequer ter a chance de morrer pra não sentir tão imenso vazio.
Vi as lagrimas rolarem, senti escorrer de mim toda a verdade em que acreditava.
Ao dizer adeus pela ultima vez, sequer pude saber se seus olhos brilhavam, sequer soube que  o libertava, mas foi livre de mim que me ensinou outra vez.
Não sei quantos anos levei pra acreditar novamente que estava viva, não sei quanto tempo ainda levarei, e se será possível resgatar o que há de intimo em mim, mas fui salva.
Fui salva da imaturiade e do medo, ainda que imatura e medrosa.
Descobri cedo a desventuras da vida, as quais sou tão capaz de provocar quanto fui capaz de sofrer, e que todas as escolhas são responsabilidade única.
Percebi que uma faca que fere o peito de alguém, sangra o meu.
Percebi que ninguém é inocente, e  que todos somos, pois cada um é capaz de enxergar apenas com seu próprios olhos, e ainda que se façam todas as correções visuais sobre a vida, sem referencias não discernimos imagem alguma.
Foi a morte e a vida.
Ainda que jamais saiba destas palavras, e que jamais sinta o quanto pode mudar a vida de alguém, espero que chegue a ti a mesma luz que iluminou meu caminho, e que acima de todo vazio e escuro esteja sempre o ressurgir.

Teresópolis



No deslizamento do barro, vermelho, sangue, confunde. Sal e água diluem o assombro.
O pavor à alegria se funde.
Partida repartida, assim como pão e o vinho. Cada um encontra seu salvador nos olhos da esperança.
Em meio ao desalinho, num passante ou mesmo num espelho, o assombro com o despir das vestes.
E eis que um velho pano de algodão se torna o manto sagrado da gratidão.
Olhar
Morte
Sentir
Sorte
A perda se equipara ao ganho do valor que esquecemos.... misericórdia.... amor.... história.