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terça-feira, 5 de abril de 2011

Espero

Espero ainda decifrar-me
e não mais ter de falar aos ventos.
Espero eu afagar-me
e não mais aguardar por bons tempos.
Não sou um texto linear ou agradável de se ler,
tenho linhas e entre linhas à escrever.
Mas há de haver quem adimire minhas frases futeis, ou meus erros.
Há ainda, quem as use pra bons fins, meus apelos.
Vê-se bem que quando a vida é vaga, alguém estaciona nela.
Toma posse dos atos e das interações.
E se perderes tempo em explicá-la,
Há de outra vez não viver, esperar interpretações.
Há muitas desvantagens em se expor.
Seriam elas vantagens se não o fizesse?
Há desvantagens em se impor.
Talves melhor se aguardasse o que viesse?
Não se impõe uma verdade, se revela.
Não se pede piedade, toma-se dela.
Porque ser um passivo contundente.
Haveria eu de ser um pobre eloquente?
E por que questão, escrever com toda a razão
discernir a emoção, pra tudo sim e não?
Nada em doses extras de palavras tensas,
nada mais em medidas e controles.
A qualidade deve estar na vida,
o equilibrio se mostra nela.
 Fico e aguardo o clarão da falta de idéias,
O sublime fato de estar em qualquer lugar
esperando estar fora de minhas teias,
Sentir apenas a brisa, o ar.

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